Sejamos bobos!

Outro dia acabei de ler o “Correspondências“, de Clarice Lispector (ed. Rocco, 331 págs.), que minha amiga Natália Paiva emprestou.

É um apanhado de cartas que a escritora enviou e recebeu de diversas pessoas, entre 1941 (quando ela tinha apenas 21 aninhos) e 1977, ano em que morreu.

Por pessoas, leia gente do calibre de Fernando Sabino (este que aparece de pernas cruzadas no cabeçalho do blog), João Cabral de Melo Neto, Samuel Wainer, Erico Verissimo,  Rubem Braga, Lygia Fagundes Telles, Lúcio Cardoso etc.

Como foi durante muito tempo casada com o diplomata Maury Gurgel, Clarice viveu em vários países da Europa e nos Estados Unidos. Em suas cartas, fala desses lugares, de literatura, de pequenas reflexões filosóficas que ela tinha e das coisas pessoais e corriqueiras que ela vivia e queria dividir com os amigos.

Mas o corriqueiro de Clarice tem outro valor. O corriqueiro dela tem poesia, e é delicioso de ler!

Pelo corriqueiro, recomendo a leitura de “Correspondências” e a atenção para este pequeno pedaço de pensamento, lido pela atriz Aracy Balabanian, que tuitei outro dia, mas merece ficar guardado também neste blog:

Clarice, eu garanto, é bobíssima! E eu me esforço para ser, mantendo minha criança por dentro, agora também incentivada pelo seguinte trecho:

“Minas Gerais, por exemplo, facilita ser bobo. Ah, quantos perdem por não nascer em Minas!” 🙂