Contra os idiotas do mundo, uma parceria com os chineses

Texto escrito por José de Souza Castro:

“Tentei fazer o Brasil desenvolver-se autonomamente e fracassei. Mas os fracassos são minhas vitórias. Eu detestaria estar no lugar de quem me venceu”.

Essa epígrafe de Darcy Ribeiro abre o último artigo de Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, no site Poder 360, sob o título “O sonho americano: Faixa de Gaza, a Riviera do Oriente Médio“.

Para quem se sente esmagado pelas bravatas de Donald Trump desde que ele se tornou presidente dos Estados Unidos pela segunda vez, é animador o que escreve o advogado Kakay sob as luzes do também mineiro Darcy Ribeiro, nosso famoso antropólogo.

Existe uma guerra que estamos perdendo no mundo inteiro, escreveu Kakay, que não gostaria de ganhá-la. “Há um jogo muito claro na desumanização e em certa idiotização como método. As propostas de extrema-direita, mundo afora, jogam suas cartas em uma bizarrice calculada e planejada”. Exemplifica:

“Quem não se lembra do Trump fazendo imitações humilhantes de imigrantes ainda no 1º mandato e, aqui no Brasil, de Bolsonaro imitando uma pessoa com falta de ar, em plena crise de oxigênio na pandemia?”

Outra citação notável de Kakay em seu artigo, que recomendo ler, é de Nelson Rodrigues, que escreveu: “Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”.

Nem tudo porém está perdido. Como mostra outro artigo do Poder 360, escrito por Marcos Cordeiro Pires, doutor em história econômica pela USP (Universidade de São Paulo). Nem precisa dizer que a imensa maioria da imensa população chinesa não corresponde ao que disse Nelson Rodrigues.

Pires parece confiar numa parceria com os chineses. Escreveu, ao encerrar seu esclarecedor artigo:

“A sociedade brasileira valoriza e compreende a importância da China para nosso próprio desenvolvimento. Nós não aceitaremos a imposição de escolher lados numa nova Guerra Fria. Nós valorizamos a paz, o respeito à soberania das nações e uma ordem internacional justa e democrática. Nesses aspectos, coincidimos bastante com nossos amigos chineses. Estamos prontos para avançar juntos no século 21”.

Como alguém disse, a esperança é a última que morre.

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