Texto escrito por José de Souza Castro:
Muito interessante o texto assinado por Jamil Chade, de Genebra, publicado pelo “Jornal da Tarde” de 5 de outubro, sob o título “Professor brasileiro é dos mais mal pagos do mundo”. Instrutivos também os comentários publicados pelo site do jornal. Em resumo, Chade informa o seguinte:
– Em 2011, economistas do banco suíço UBS constataram que professores do Ensino Fundamental em São Paulo ganham em média US$ 10,6 mil por ano, ou 10% de um colega de Zurique, que recebe em média US$ 104,6 mil por ano.
– São Paulo paga pior, por exemplo, que Nairobi (Quênia), Lima (Peru), Mumbai (Índia) e Cairo (Egito). Em praticamente toda a Europa, nos Estados Unidos e no Japão, os salários são pelo menos cinco vezes superiores aos do professor do Ensino Fundamental em São Paulo.
– A Organização Internacional do Trabalho (OIT) alerta que em vários países emergentes a profissão de professor está sob forte ameaça por causa dos salários baixos. Ela não consegue atrair pessoas qualificadas e como consequência, é baixo o nível do sistema de ensino, embora a educação devesse ser vista por governos como um dos pilares do crescimento econômico.
– Estudo liderado pela OIT e Unesco revelou que, numa lista de 38 países, docentes que começam a carreira no Brasil só ganham mais que os colegas do Peru e da Indonésia. O salário anual médio de um professor em início de carreira no Brasil é de apenas US$ 4,8 mil, contra US$ 30 mil na Alemanha.
– Segundo o Banco Mundial, o PIB per capita no Brasil chegou a US$ 11,6 mil por ano em 2011. Ou mil dólares mais que a renda média do professor do Ensino Fundamental.
– A OCDE, no entanto, informa que professores do Ensino Fundamental em países desenvolvidos recebem em média por ano uma renda 17% superior ao salário médio de seus países, como forma de incentivar a profissão. Na Coreia do Sul, uma das economias mais dinâmicas do mundo, os salários médios de professores desse nível são 121% superiores à média nacional.