Uma crônica sobre logística

Contêineres em foto do Pixabay

Com exceção do professor Douglas Garcia, que frequentemente envia conteúdos aqui para o blog, fazia muito tempo que não chegava algum texto enviado por outros leitores. Por isso, fiquei feliz quando fui procurada, anteontem, pela Amanda Nascimento.

Ela tem 22 anos, estuda Gestão Ambiental, e encontrou meu blog lá na cidade de Açailândia, no Maranhão, quase divisa com o Pará. Que alegria saber que meus textos alcançam mais de 2 mil quilômetros de distância e chegaram ao coração de uma jovem lá do Norte do país!

Pois bem, Amanda me contou que fez a crônica abaixo em uma atividade da faculdade, na disciplina de logística. “Daí o professor sugeriu que as crônicas fossem postadas em um blog. Fui pesquisar e me deparei com o seu, que por sinal gostei muitoooo. Dessa forma, resolvi te enviar”. Obrigada, Amanda!

Compartilho a seguir a crônica que ela escreveu. E, se você quiser ver um texto seu publicado aqui no blog, basta enviá-lo para mim e, se for bacana, vou divulgar por aqui também.


CRÔNICA DE UMA HUMORÍSTICA LOGÍSTICA DE TRANSPORTE VIVENCIADA

– Por Amanda Nascimento


Já se passaram três meses e mainha aguardando o kit de vasilhas dela chegar.

A vendedora veio justificar que foi uma tal de greve dos Correios, e que ela poderia se tranquilizar, que, cedo ou tarde, o produto iria chegar.

Mainha disse que nunca tinha acontecido um “treco” desses, a mercadoria está mais atrasada de que as bijuterias que minha irmã pede no estrangeiro pela internet.

Em meio a essa falta de paciência toda, fui eu explicar pra mainha que isso é os chamados “gargalos da logística”. Ela ficou meio sem entender… E não se conformou, afinal, quem é que se adapta a atrasos de mercadorias? Acho que ninguém! Ainda bem que tem o rastreamento de carga, dá mais um alívio e poupa um pouco a ansiedade.

Eu e mainha tivemos um papo de no máximo 1 hora, sentadas na cadeira preguiçosa na área ventilada, de onde dá pra ver quem sobe e quem desce a rua. A vendedora é gente boa, vizinha nossa. Estava lá também, na roda de conversa, com a revista do lado, tentando convencer de fazer mainha se endividar comprando os produtos que chegariam dois ou três meses após – e, no final, convenceu.

Mas eu queria mesmo era que essa crise dos Correios terminasse logo. Hoje os gargalos mais “gargalosos” estão nos transportes marítimos e, embora diversas propostas tenham sido criadas para a minimização do problema, ainda não se teve êxito. No transporte rodoviário nem se fala, há problemas como a falta de manutenção das vias e a segurança dos caminhoneiros, sem contar da carga, para que chegue ao destino sem risco de roubo.

O ano de 2020 se superou. Até reconheço que as empresas fizeram o possível para manter em ordem sua distribuição de produtos, contudo, em virtude de uma pandemia, houve atrasos em embarques e desembarques e até aumento no preço do transporte rodoviário.

Tenho a impressão que o prazo de entrega nacional foi mais demorado que o internacional. Percebi isso quando posteriormente passei a comprar somente em meu território, com medo que as cargas de fora viessem contaminadas, como aconteceu em um episódio de um desenho ali, dos personagens amarelos. Eu hein, acho que é apocalíptico!

Um avanço notório e ponto positivo foi o grande número de motoboys em serviço de delivery em entregas locais, o que por sinal está sendo um sucesso na contribuição de uma boa logística. Nessa novidade, houve até a necessidade de as empresas contratarem mais colaboradores para melhor organização e rapidez, no que se refere desde a produção do produto até seu transporte.

Caros curiosos, é muito satisfatório te prender até o final da leitura desta crônica. Mas não quero gerar um gargalo por aqui também, então a encerro sem mais delongas!

 


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Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1 e TV Globo, UOL, O Tempo etc), blogueira há 20 anos, amante dos livros, poeta, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Antirracista e antifascista.

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