Dia dos avós: quando nossos pais se tornam vovós

Amanhã comemora-se o Dia dos Avós. 26 de julho.

Já escrevi aqui no blog sobre minhas duas avózinhas que conheci na vida, vovó Rosa e vovó Angélica. Mas, quando escrevi aquele post, no já longíquo 2013, eu associava a palavra “avó” apenas a elas. Desde dezembro de 2015, quando meu Luiz nasceu, meus pais, subitamente, também se tornaram avós. Tanto para o Luiz quanto para mim, porque ganhei esta nova perspectiva deles, do papai-vovô e da mamãe-vovó.

(E olha que eles já tinham muitos netos antes, mas é só depois que nasce o nosso bebê que a gente entende essa dimensão, parece…)

Já escrevi também sobre meu pai e sobre minha mãe aqui no blog — váááárias vezes. Tipo aqui, aqui, aqui… e aqui, aqui e aqui. Mas eles eram sempre pai e mãe, eu nunca escrevi sobre eles como avós. Os vovós do Luiz.

É o que farei hoje. Porque minha mãe ficou 20 dias lá em casa comigo, quando eu tinha acabado de parir, para dormir ao lado do Luiz num sofá-cama bem duro, acordar várias vezes durante a madrugada para levá-lo até mim para mamar, me ajudar com o banho, o umbigo e outros mistérios cabeludíssimos que não foram explicados no manual de instruções do bebê. E porque meu pai ficou com o Luiz durante cinco meses, todas as tardes, de segunda a sexta, brincando, trocando fraldas e alimentando, para que eu pudesse encarar uma nova aventura profissional, que era mesmo uma aventura, depois de quase dar um tilt e pifar no trabalho anterior.

E até hoje os dois ficam com o Luiz sempre que precisamos de uma ajuda, inclusive no dia em que fomos ao show de Marisa Monte e Paulinho da Viola, porque fazia muito tempo que a gente não tinha um momentinho para se divertir a sós à noite. (E eles ainda encontram um tempo para cuidar e paparicar outros seis netos, além de aguentar os choramingos ou celebrações dos quatro filhos. Ufa!)

Antigamente, vovós tinham cabelos branquinhos, pele enrugadinha, se sentavam na cadeira de balanço, tricotavam, ouviam o radinho ou faziam roscas e biscoitos. Não é assim a imagem “Dona Benta” que guardamos na biblioteca cerebral? Pois os vovós do Luiz são muito diferentes.

A vovó detesta cozinhar, mas adora um computador, tem a agenda mais cheia de compromissos que as três filhas juntas, canta no coral, vai à academia, faz trabalho voluntário, faz aula de violão, teclado e flauta, vai a restaurantes com as amigas, faz viagens internacionais — e ainda reclama que está com poucos programas, rs! Lê uns mil livros por ano, alguns com mil páginas, sabe tudo de whatsapp, facebook e skype, jamais deixa um fio de cabelo branco dando sopa, anda sempre elegante e tem uma memória pelo menos 30 anos mais jovem (e a voz de uma jovem de 15 anos). Sorry, Dona Benta, você ficou pra trás.

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Já o vovô é capaz de capinar um lote durante três dias seguidos, 12 horas por dia, como se tivesse 20 anos, sobe em árvores como se tivesse 12, escala telhados para tapar goteiras, é mais bem-informado que três editores de home page juntos, e é capaz de escrever, se der na telha, uns três artigos de dez laudas cada, com o texto mais claro do planeta, sem nem uma vírgula malcolocada, em coisa de 20 minutos. Claro, depois de fazer uma leitura dinâmica de calhamaços de documentos com centenas de páginas para se embasar melhor. E ainda mantém o bom humor e a paciência mesmo nas horas de preocupação. Nada a ver com aqueles velhinhos rabugentos dos filmes.

Luiz está muito bem servido de avós! Não é à toa que esta foi uma das primeiras palavras que aprendeu, e que solta, vira-e-mexe, nos horários mais inusitados. “Vovô! Vovó!”. Que bom. Que venham muitos dias dos avós para ele comemorar juntinho aos seus! ❤

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Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1 e TV Globo, UOL, O Tempo etc), blogueira há 20 anos, amante dos livros, poeta, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Antirracista e antifascista.

10 comentários

  1. Bom dia, Kika!
    Tenho também cinco netos, ou melhor, uma neta e quatro netos. O Pedro fez 16 anos e a Chiara tem um aninho! Então, posso lhe dizer sem medo de errar que ser avó é uma arte! Cansativa mas prazerosa, além de um estímulo à nossa criatividade para nos adaptarmos ao mundo atual.
    Parabéns aos vovôs-artistas do Luís!
    Um abraço.

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    1. Faço minha suas palavras, Ivona. A Cris exagerou (mas só no que diz respeito a mim). Essas habilidades que ela descreve fazem parte do imaginário. Valia se eu ainda tivesse a idade dela, quando, como a Cris, eu era bem rápido em pesquisar e escrever. Quanto a subir em árvores… em capinar! Apenas me esforço. Mas foi um bom presente para este velho avô. Obrigado, Cris.

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  2. Ontem quando saímos da casa deles Laura tinha perdido um minúsculo acessório de playmobil no caminho. De dentro do carro ela viu o avô voltar ao hall e ao elevador para procurá-lo e soltou: “O vovô é muito bom!”

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  3. E a Vovó Ana ficou “com ciúmes”… apesar de não tão presente como vovó e vovô maternos no cotidiano de Luiz, esta Vovó aqui está sempre pertinho no Amor e torcida para que vivamos muitos anos junto desse lindo e especial netinho!! Amo muito você, Luiz!! Parabéns Vovós e Vovôs!! Emoção muito forte ser Vovó de Luiz!!

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