Philomena: uma grande reportagem sobre a crueldade na igreja
Para ver no Netflix: PHILOMENA
Nota 9
Desde 2014 eu estava doida para ver o filme “Philomena“, que concorreu, naquele ano, a quatro estatuetas do Oscar: melhor filme, melhor atriz (Judi Dench), melhor roteiro adaptado e melhor canção original. O páreo estava duríssimo e o filme acabou não levando nenhum prêmio da academia.
Mas isso não o desmerece. Que filmaço! Que história! Que atores!
Em pouco mais de uma horinha e meia de filme, ou seja, de uma forma objetiva e eficiente, somos apresentados a mais um capítulo cruel da história da Igreja Católica. Desta vez, conhecemos um convento na Irlanda que enclausurava meninas e as obrigava a dar seus bebês para adoção. Na verdade, o convento vendia as crianças e ficava com o dinheiro da negociação e uma porção de escravinhas, que tinham cometido o terrível pecado de fazer sexo e, consequentemente, viraram vergonha da família e foram abandonadas.
Não se preocupem: não estou spoilando o filme. Este é apenas o ponto de partida para a caçada que a velhinha Philomena (Judi Dench) empreende ao lado do jornalista Martin Sixsmith (Steve Coogan) em busca do filho que ela teve que entregar para adoção 50 anos antes. A história desse filho é um caso à parte, com vários outros desenlaces.
Apesar de ser um tema pesado, que leva as pessoas às lágrimas logo nos primeiros minutos, o roteiro, escrito pelo próprio Steve Coogan (que também é produtor do filme), consegue trazer alguma leveza, graças à própria personalidade ingênua de Philomena. Sua simpatia, seu carisma e sua falação quebram o drama. O cinismo e ceticismo de Sixsmith fazem um contraponto interessante.
Passamos os 98 minutos praticamente só ao lado dessa dupla e ainda assim não nos entediamos. Sinal de que os dois atores seguram a onda e que a direção de Stephen Frears (“Alta Fidelidade”) conduz a história muito bem. No fim das contas, trata-se de um filme sobre uma grande apuração jornalística, sobre uma reportagem importante, sensível e delicada, que não cai na vala comum das “histórias de interesse humano”. Que não foi apenas “um eufemismo para histórias sobre pessoas fracas, vulneráveis e ignorantes para preencher jornais lidos por pessoas vulneráveis, fracas e ignorantes”, como descreveu Sixsmith no início do filme. Aparentemente, o grande jornalista da BBC só descobriu o que é fazer uma reportagem desse calibre quando já tinha 24 anos de profissão…
Enfim, é um filme sobre crueldade na igreja, fé, sensibilidade, preconceitos, reportagem e um grande amor entre mãe e filho. Não deixe de assistir!
Veja o trailer do filme:
Leia também:
Categorias

Cristina Moreno de Castro Ver tudo
Mineira de Beagá, jornalista, blogueira, poeta, blueseira, atleticana, otimista, aprendendo a ser mãe. Redes: www.facebook.com/blogdakikacastro, twitter.com/kikacastro www.goodreads.com/kikacastro. Mais blog: http://www.otempo.com.br/blogs/19.180341 e http://www.brasilpost.com.br/cristina-moreno-de-castro
Este filme é maravilhoso! Um dos meus preferidos!!! Vale a pena ver de novo!!! Você já viu outro incrivel chamado “A Linguagem do coração” Filme francês de 2014. Imperdível.
CurtirCurtir
Ainda não vi este, Patrícia, mas agora vou colocar na fila 😉 Bjos
CurtirCurtir