Para ver se tiver tempo: JOY: O NOME DO SUCESSO (Joy)
Nota 6
Trata-se de um filme sobre uma personagem real interessantíssima, uma norte-americana chamada Joy Mangano que, graças a sua criatividade excepcional, conseguiu sair de uma vida de grande dificuldade financeira para se tornar uma megaempresária de sucesso. Inventora, ela tem mais de 100 patentes de produtos que facilitam a lida das donas e donos de casa.
O problema é que a ótima atriz Jennifer Lawrence não convenceu no papel de mãe-trabalhadora-que-sustenta-a-família-toda-inclusive-o-ex, que é Joy. Não sei se porque a atriz encarnou muito bem seu papel em “O Lado Bom da Vida“, que lhe rendeu um contestado Oscar, mas acho que ela ainda não desencarnou a ponto de virar uma Joy. Mesmo assim, a academia a indicou mais uma vez para a estatueta de melhor atriz da edição 2016 do Oscar. Vai entender.
Desta vez, no entanto, a academia deixou de lado a direção e roteiro de David O. Russell, que trabalhou com Jennifer também em “O Lado Bom da Vida” e em “Trapaça”. E Bradley Cooper, que completa a trinca de parceiros, também não foi lembrado por seu papel insosso como ator coadjuvante. O filme ficou de fora em todas as outras categorias.
Talvez os críticos tenham ficado com a mesma impressão que eu: que Russell desperdiçou uma grande história, de uma baita personagem, e não soube contá-la muito bem. Entregou a narrativa para a avó de Joy, que tem papel quase insignificante no filme, gastou tempo demais desenhando o perfil dos outros personagens, que são insuportáveis e caricatos (com destaque para a madrasta e para a mãe de Joy, dois tipos humanos muito inverossímeis), e fez tudo se resolver muito rapidamente no final, como se Russell tivesse pensado em fazer um filme de 3 horas de duração, desistido da ideia e, em vez de editar tudo, resolvido “cortar pelo pé”, como nos textos ruins.
A nota que dou, no entanto, é acima da média, porque, ao fim e ao cabo, a história de Joy segura o entretenimento. Poucas vezes vejo filmes sobre empreendedores desconhecidos do grande público (pode ser que Joy seja famosa para alguns telespectadores norte-americanos, mas, ao menos no Brasil, é uma anônima). Se é pra falar de empreendedor, o filme será sobre um Steve Jobs da vida, ou sobre algum grande inventor que ficou pra história. Não sobre a mulher que criou um produto de limpeza revolucionário ou um cabide inovador para pendurar as roupas. Saber que existe esta mulher com tamanha capacidade de imaginação e invenção, e conhecer um pouquinho da história dela, mesmo que numa narrativa não muito bem amarrada, já vale as duas horas de filme. Mas por favor, academia, não entreguem a estatueta para Jennifer desta vez.
(Ah, a trilha sonora também é ótima!)
Assista ao trailer do filme:
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Cris, vou discordar de você!
Acho que só a Jennifer Lawrence segura o filme mesmo. O filme é mal conduzido, a narração em off da avó foi uma escolha horrível, há reviravoltas caídas do céu demais, o final é ultra piegas… mas acho que a Jennifer Lawrence interpretou muito bem a dona de casa sofrida etc.
E olha que eu sempre tive uma certa preguiça de filmes com ela, pois sempre achei que seu trabalho é superestimado, como em “O lado bom da vida” (olha eu discordando de novo, rs).
Você mencionou o filme Steve Jobs, já viu? Esse é surpreendente, nem tanto pelo filme, mas pelo Michael Fassbaender. E eu nem sou fã de Apple, Steve Jobs nem nada.
Abraços!
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“O filme é mal conduzido, a narração em off da avó foi uma escolha horrível, há reviravoltas caídas do céu demais, o final é ultra piegas… ” No fim das contas a gente concorda mais do que discorda hehehehe
Ainda não vi o Steve Jobs, mas tá na fila!
bjos
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hahaha
agora q você transcreveu meu comentário vi que tem toda razão!
engraçado isso, né, alguém fala um coisa e se a gente discorda de 1% (embora esteja de acordo ou quase com o resto) vai logo dizendo “nãão, não é assim não” hahaha
é o clássico não enxergar o que está bem na nossa frente!
bjos
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Mas discordar também é bão 😀
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