Um desabafo sobre a amamentação: ‘pé no saco’

Foto: Marcos Santos/ USP IMAGENS / Fotos Públicas
Marcos Santos/ USP IMAGENS / Fotos Públicas

Como meu universo está girando basicamente em torno do Luiz e nem é sempre que estou tendo tempo de acompanhar o resto das notícias do planeta (David Bowie morreu, vocês viram?), decidi criar logo uma categoria nova para o blog: Maternidade. Ela já estreia com 20 posts do arquivo, a maioria deles sobre meus aprendizados durante a gravidez. Leitores que não se interessam por filhos não precisam se preocupar: o blog seguirá multitemático, abordando cinema, música, literatura, política e todo o resto. Mas é natural que, nestes tempos de licença-maternidade, eu navegue com mais frequência por este novo assunto — e espero que minha abordagem seja útil.

Fiquei devendo escrever sobre minha experiência com o parto, mas ela vai ter que aguardar. Na verdade, ainda vou trazer mais posts sobre o final da gravidez e outras coisinhas de antes do nascimento do Luiz. Mas hoje resolvi reproduzir no blog um post que escrevi anteontem em minha página no Facebook, sobre amamentação. O motivo: despertou grande interesse de amigas que já são mães e de algumas que ainda pretendem ser, gerou um debate legal e, ao mesmo tempo, sinalizou que muuuuuita gente se identifica com a situação que descrevi no meu desabafo. Por isso, achei que poderia ser útil também às leitoras do blog. Começo compartilhando meu texto original:

Luiz, quando tinha 1 semana, e eu, só sorrisos :)
Luiz, quando tinha 1 semana

“Mães deste Facebook talvez me entendam, talvez me condenem, mas preciso desabafar: ESSE TREM DE AMAMENTAR TEM HORA QUE É UM PÉ NO SACO!

Quase toda semana tenho vontade de desistir, mas respiro fundo e penso nos benefícios para o Luiz e penso que já se passaram 40 dias (e como foram rápidos!), estou cada vez mais perto dos 6 meses (no meu caso, menos de 5 possíveis) de aleitamento exclusivo. E olho pra ele e vejo aqueles bochechões, aquelas dobrinhas nas pernocas, a saúde boa, o peso que já aumentou consideravelmente e tento ser mais corajosa, ou ao menos persistente. Mas estou quase montando um calendário de presidiário, com um xizinho nos dias que faltam para a liberdade condicional. Tem hora que é maravilhoso, que tudo dá certo, que fico feliz por ver a satisfação do Luiz enquanto mama? Tem sim. Passei o último fim de semana inteiro desse jeito, só na santa paz das mamadas que dão certo. Mas tem hora que fico sentindo uma dor insuportável depois das mamadas, que nem o são Google explica, que já diagnosticaram como mastite, como duto inflamado, como ejeção de leite, como frescura, mas não importa o que eu faça, a dor só passa quando ela quer passar. Como estou sentindo agora, enquanto desabafo. Na verdade, não conheço uma filha de deus que tenha amamentado sem nenhum problema no meio do caminho, nenhunzinho. Ou é leite de menos, ou é leite de mais, ou é infecção, ou é o escambau. Amamentar não é aquela coisa intuitiva e poética que a gente passa a vida acreditando ser: ao menos no começo, é um esforço danado, um empenho muito grande, é respirar fundo e falar “lá vamos nós”. Dizem que depois de um tempo as coisas só melhoram: o Luiz vai sugar mais rápido, essas dores inexplicáveis vão passar, o leite vai parar de vazar entre uma mamada e outra (o que vai me permitir fazer coisas prosaicas como ir ao clube), e tudo vai se tornar prazeroso e feliz. Bom, não vejo a hora que isso aconteça logo e, se acontecer, é possível que eu leia este post e pense “tudo passa, ainda bem que insisti” e sorria e decida manter a amamentação por mais de um ano além dos seis meses. Mas, por enquanto, fico nessa oscilação entre a felicidade, a aceitação e a exasperação. E digo uma coisa: PARABÉNS às mães que conseguiram amamentar por seis meses, um ano, dois. Pago pau pra vocês, moças. Se alguém quiser tecer comentários encorajadores ou críticos ou meramente descritivos, serei toda ouvidos.”

RESPOSTAS ENCORAJADORAS

Recebi mais de 30 respostas de amigas incríveis que me contaram suas experiências ou simplesmente ofereceram apoio. Algumas disseram algo na linha “É difícil mesmo, especialmente no começo, mas vai melhorar”. Outras decidiram, depois de muito insistir, que não valia a pena seguir amamentando, por suas razões particulares. Quero destacar alguns comentários que acho que podem ser muito úteis a outras mães que passarem por aqui e que podem se identificar:

Tudo passa – “Amamentar é um gesto de amor e doação sem tamanho. Amamentação exclusiva, então, é uma escravidão. Mas sigo, enquanto houver leite. Mais uma coisa: tudo passa foi meu maior aprendizado da primeira para a segunda filha. Tudo passa. O que fica é cada vez melhor.”

Sem remorso – “Apesar de sabermos a importância da amamentação pro bebê e também pra mãe, não se pode esquecer que cada caso é um caso… Cabe à mãe avaliar e decidir até quando continuar. Acredito que mais do que tudo amamentar é um ato de amor, mas nada adianta que esse amor seja doado à custa de muita dor e sofrimento da mãe… Então, vá ate onde você acha que da conta… E pare sem remorsos quando achar que deve.”

Grupo de apoio – “Amamentação foi o desafio da vida para mim. Mas deu certo e valeu a pena no meu caso. E seguimos aqui com 1 ano e sete meses de teté. O começo foi barra. Também pensei em desistir, também achei que nunca chegaria a 6 meses. Tem um grupo lindo, Matrice, que ajudou muito.”

matrice
Doação completa –
“Eu não senti fores insuportáveis, mas jorrava leite o dia inteiro e coloquei pra mim que amamentaria seis meses em livre demanda e essa era a minha obrigação, o que viesse depois era lucro porque, meu Deus, como amamentar é uma doação. De amor, de tempo, de leite e da nossa vida como mulher que quer fazer alguma outra coisa em algum minutinho do dia. Amamentei muito de madrugada, em um dia pior foram 15 vezes. Enfim, te entendo e admiro o esforço e não é fácil não! Cheguei aos 11 meses e 15 dias e parei quando ela quis, mas senti saudades.”

Saco mesmo – “Eu achei um saco. Super saco. A gente faz porque sabe que é bom, mas nunca consegui achar “lindo” como falam.”

Desmamar é pior – “Tente chegar aos seis meses, porque é bom pra vocês. Depois, quando estabilizar a comida, você avalia. Porque dar raiva em certos momentos é normal, mas amamentar todo dia se sentindo horrível é ruim pra você e por consequência pro baby. Eu parei por causa de trabalho, no tempo em que achei certo. No começo achei que chegaria aos 2 anos, que não passaria dos seis, enfim, expectativas. Tente se acalmar, se morder demais dê uma parada e não ligue pro que os outros falam quando, com calma, tomar sua decisão. Desmamar foi mais traumático pra mim que pra ela. Eu até doente fiquei, mesmo sabendo que era o que eu queria fazer etc. Não é só racional. É uma ligação muito forte mesmo. Às vezes eu sinto saudade, mas não quero mais, sabe?”

Apoio é fundamental – “Amamentar é osso, mas o mais importante é ter apoio, muito apoio do marido, da família e confiar que a gente é foda de amamentar nossas crias. Cansa, dá vontade de desistir, mas depois ver o resultado é inexplicável. Meus filhos raramente ficam doentes. Amamentar pra mim foi muito tranquilo e prazeroso, difícil foi tirar leite pra eles quando voltei a trampar.”

Período crítico – “Meu início foi difícil também, mas tenho uma ótima notícia pra te dar: é verdade que depois fica ótimo. Você já está passando pelo período crítico. Depois para de doer e fica só a parte boa. A do vínculo e da saúde que isso tudo significa pelo seu pequeno. Parabéns por não desistir. Vai dar certo. Palavra de quem passou por isso até outro dia.”

Vai melhorar – “Sei exatamente o que você está sentindo. Também me senti assim, mas depois melhora. Nos primeiros meses eu amamentava chorando por sentir dor. Vai melhorar e você vai curtir muito daqui a pouco.”

Vai melhorar [2] – “Eu quase morri. Fica tranqüila. Vai melhorar. Boa sorte para vocês!”

Só você sabe – “O bebê não nasce sabendo, a mãe não nasce pronta, a pele é sensível, as feridas não têm tempo de cicatrizar, as fisgadas são horríveis. Se fosse fácil, não precisaria de tanta campanha para incentivar, considerando os benefícios para a mãe, para o bebê e para o bolso (uma lata de leite que dura uma semana custa R$ 60…). Mas, enfim, não estou escrevendo isso para te dizer para seguir tentando nem para desistir, mas lembrando minha experiência para te mostrar que a decisão é sua, só sua, e que ninguém tem que te julgar ou criticar, só você sabe o que está passando e até onde pode seguir tentando. Não é por amamentar que você será uma mãe melhor ou pior. O Luiz precisa da mãe feliz, o mais descansada possível…”

Respeite seus limites – “A amamentação foi a maior frustração pra mim. Ninguém te fala (ou a gente não dá ouvidos) antes de ser mãe. Sentia uma dor insuportável e inexplicável após cada mamada. Me senti a pior mãe do mundo. Procurei explicação em todos os lugares. Até um passe eu procurei pra ver se afastava qualquer energia ruim. Nada resolveu. Não tinha forças pra cuidar do bebê porque a dor durava até a mamada seguinte. Ouvi várias pessoas dizendo que passava. Senti várias pessoas me julgando como se fosse frescura minha. A verdade é que cada um é cada um. Cada um tem uma experiência e cada um tem um limiar de dor. Pra mim foi insuportável e eu desisti. Preferi estar bem pra cuidar da minha filha. Na minha opinião o peito só é superior à mamadeira porque é de graça. Não deixei de criar laços com minha filha porque ela não mama no peito. Ela custou a ter uma gripe. Sempre foi saudável. Sempre foi inteligente… ou seja, é melhor uma mãe bem disposta e feliz que um peito cheio. Não estou dizendo pra você parar, estou dizendo pra você respeitar os seus limites e não se cobrar demais. Se não deu não deu. A maternidade já é muito difícil pra sofrermos por isso também. Seja feliz!”

Pontos positivos – “Amamentar é tudo isso! Analisando os pontos positivos, o bebê não tem intolerância, recebe todas as defesas contra doenças, o leite está sempre fresquinho e na temperatura certa e cria-se um elo muito gostoso com o bebê!”

Ditadura do horário – “Me senti abençoada agora, pois não sinto dores. Achei que a ditadura do horário era uó. Mas depois do seu depoimento nem vou reclamar mais. A melhor decisão — e a mais acertada — será aquela que o seu coração mandar tomar. Não se importe com nada mais.”

“Meus” filhos – “Só posso dizer que tudo passa mesmo e hoje, vendo mães como você amamentando, penso que naquele momento eu os podia chamar de “meus”, ali eles eram exclusivamente meus. Hoje, já rapazes, sinto muita falta de os chamar de “meus”. Aproveite esse momento, é único!”

Nova batalha – “No começo é difícil e depois é bem gostoso. Sigo amamentando, minha filha está com um ano e sete meses. No entanto, agora sigo enfrentando outra batalha. Como desmamar? Ela diminuiu muito, mas não quer largar.”

Persista – “Amamentei por mais de oito meses e adorei! Uma das experiências mais prazerosas da maternidade. Só desmamei meu filho porque os dentinhos dele cresceram mais cedo que minha filha e começaram a me incomodar. Persistam, mães, até onde puderem.”

Dorzinha fina – “Doeu muito durante um mês seguido. Depois melhorou até sumir. Amamentei por quase dois anos e meio. Quando enchia o leite, sentia uma dorzinha fina. No começo, até a água do chuveiro fazia doer o seio. Até o vento. Mas o que posso te dizer: realmente passou.”

Rotina de mamadas – “Amamentar não é nada fácil! Eu tive leite demais no começo e leite de menos no final. No meio, cortei da minha alimentação leite, soja, ovo, peixe e nuts, tive dor, cansaço e alguns (poucos) momentos de pura poesia, amor intenso e ternura. Se te consola, a cada dia dói menos e fica mais fácil. Se não te consolar e for sofrido demais para você, liberte-se! Não conheço nenhuma criança que tenha saúde mais frágil devido ao não aleitamento. O leite materno é sim maravilhoso e é de graça (as formulas em pó são caras e não tão benéficas). Mas, com certeza, mais vale uma mãe feliz do que exaurida pela amamentação. Porque seu bebê só estará tranquilo se você também estiver. Ah, e minha última dica é: “livre demanda” é para as mães muito abençoadas ou muito loucas! Não caia nessa! Imponha uma rotina de mamadas (a cada 3 ou 4 horas) e use o (pouco) tempo restante para fazer outras coisas. Bebês choram por mil motivos, mas sempre vai ter alguém do seu lado que vai perguntar: “Será que ele não está com fome?”. Responda que “não” e vire as costas de consciência limpa. E tenha a certeza de que tudo vai melhorar (se não melhorar até os três meses, é hora de mudar sua rotina ou a dele).”

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AMAMENTAÇÃO É “SUPERESTIMADA” OU IMPORTANTE?

No mesmo dia, recebi também três indicações para ler o polêmico artigo (em inglês) “Breastfeeding is overhyped, oversold, and overrated”, de Courtney Jung, coincidentemente publicado no mesmo dia em que fiz meu desabafo no Facebook. Pode ser lido AQUI.

E o blogueiro-cientista Roberto Takata me indicou outras três leituras: “Como amamentar sem dor e desconforto, “A importância do apoio da família” e “Reflexões sobre amamentação prolongada e desmames precoces“.

E VOCÊ? O QUE ACHA DISSO TUDO?

Tenho certeza que, se você já teve um filho, tem alguma boa história para contar sobre sua experiência com a amamentação. Sobre suas dificuldades (existe alguém que passou por isso sem NENHUMA dificuldade?!), suas dúvidas, seus sentimentos e decisões. Sobre suas expectativas e a realidade que encontrou. Você conseguiu amamentar por muito tempo? Ou achou melhor nem tentar, ou parar em algum momento antes do que gostaria? Você já sentiu alguma dor parecida com esta minha? O que fez a respeito? Deixe seu comentário e, assim que der, farei um novo post com tudo o que pude aprender de novo nessa troca de ideias 😉

No meu caso, bom, seguirei em frente tentando amamentar com sucesso, não sei se por mais um mês, três, seis, um ano. Tudo vai depender de como será minha experiência daqui pra frente e minha capacidade de lidar com essas dores que surgiram há umas duas semanas, caso elas continuem. Daqui a algum tempo (sabe-se lá quanto), prometo voltar ao blog para contar o que aconteceu 😀

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Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1 e TV Globo, UOL, O Tempo etc), blogueira há 20 anos, amante dos livros, poeta, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Antirracista e antifascista.

18 comentários

  1. Como homem posso afirmar que aprendi muito sobre a saúde da mulher. Desculpe a ignorância mas só sabia do incomodo da mordida.

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  2. Como homem, não sabia de nada disso. Acho que as mulheres guardam muito para elas mesmas nessa hora. E se cobram muito também. Além do saudável.
    Não se cobre tanto e parabéns por persistir e dar mais uma demonstração de amor pelo Luís.
    Você é uma supermãe! Luís tem muita sorte!!

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  3. Como mãe de um menino de 1 ano e 5 meses, ainda tenho tido várias experiências em relação a amamentação. Vou tentar resumir o muito que passou pela minha cabeça quando li o post:

    – uma vez um pediatra me disse: “a maternidade não é esse mundo cor de rosa que mostram por aí. A mulher não é preparada para ser mãe. Acalme-se, tudo ficará bem”. Isso teve muito a ver com os 2 primeiros meses do Davi. Ele mamava a cada DUAS HORAS. Além de não conseguir descansar (dormir mesmo!) direito, havia todas as inseguranças de uma nova mãe (e pai tb). Consequência: meu leite passou a não ser suficiente. Ele choraaaaava de fome e nós achávamos que era cólica. Até que uma amiga veio com um “santo” leite, mamadeira e “sonda”. Para ele continuar sugando, adotei o método da translactação. Sim, me dava mto mais trabalho, mas eu não queria a mamadeira. Com 3 meses, ele passou a se saciar só com o peito.

    – Como mulheres independentes que somos, não sabemos e não estamos prontas a abrir mão de nós mesmas nesse início, em que somos o tudo para o bebê. Só descobrimos os REAIS significados de doação, dedicação e entrega após o nascimento do(s) nosso(s) filho(s).

    – Também sentia dores no início das mamadas, como agulhadas bem finas no bico do seio. Como tudo na vida, passaram.

    – Mais recentemente, quis afastar a mamada da hora de dormir, para que o Davi não adormecesse no peito. Nem sempre isso foi possível. O choro (e a irritação, impaciência e o estresse causado em nós dois) é infinitamente pior do que me dedicar mais alguns minutos a ele.

    – Vários questionamentos já me ocorreram em relação ao assunto. Então, me lembrei do primeiro mês dele em que praticamente “gritei” pra mim mesma: “Para! Vc se cobra demais! Quer ser perfeita em tudo, dar conta de tudo, fazer mil coisas. O seu foco NESTE MOMENTO é o Davi. Ponto. Esquece o resto!”.

    – Dane-se o que o “mundo” diga. Aperte o “F”, siga o seu instinto e sejam felizes 🙂

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    1. Ops! Faltou dizer que ele naturalmente afastou a mamada da hora de dormir e me mostrou que não depende disso para adormecer. Às vezes ainda o faz e entendi que é aquele momento de “fica comigo, mãe!”

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    2. Oi, Gabriela! Obrigada por esse comentário cheio de trocas de experiências 🙂
      As dores que eu sinto não são essas do início das mamadas, que se parecem com agulhadas, e todos descrevem como uma dorzinha fina, que passa logo. Elas acontecem APÓS as mamadas, e duram de uma a duas horas. São bem fortes! Nunca achei uma explicação satisfatória para elas, principalmente porque não acontecem SEMPRE, mas só após ALGUMAS mamadas. Começaram há umas duas ou três semanas. Escrevi este post com o desabafo na segunda-feira. E fiquei terça, quarta e quinta sem sentir dor nenhuma. Já estava até soltando rojão de felicidade, pensando que, assim como surgiram do nada, talvez tivessem sumido já, também sem explicação. Mas aí, nesta madrugada, depois da mamada das 5h, voltou com força a dor no peito esquerdo. Fiquei até perto das 7h acordada, sofrendo. Tomei dipirona, fiz massagem, tirei leite, tentei de tudo para ver se aliviava. A única coisa que costuma aliviar, pelo menos por um tempinho, é dar ainda mais leite para o Luiz. Mas nesta hora ele estava dormindo de novo e eu não iria acordá-lo para aliviar minha própria dor. Então o jeito foi esperar e ficar sentindo aquela dor horrorosa… Pior de tudo: sem conseguir dormir. Quando fui dormir de novo, lá pelas 7h15, o sono durou só até as 8h, que foi quando ele acordou para a mamada da vez. Eu acho que se eu sentisse essa dor após TODAS as mamadas, já teria desistido de amamentar, porque ela é mto insuportável e dura até praticamente a mamada seguinte. Mas, como só acontece de vez em quando, tipo em 30% das vezes, eu vou seguindo em frente. Pensando que haverá outros desafios, como este que vc passou da mamada da hora de dormir e o que uma amiga comentou sobre o desmame… Beijos!

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  4. Eu amamento gêmeos. Hoje, com 7 meses e meio. Não, não é romântico. Não é lindo. E longe de ser fácil! Encaro a empreitada como investimento na saúde dos meninos que, até hoje, tiveram um único e bobo resfriado.
    É apenas uma fase e vai passar, me apego nisso.
    O post é perfeito!

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  5. Vi seu post e gostaria de fazer um comentário. Não sou mãe e nem pretendo ser. Quando eu nasci, há quase 40 anos, tudo era muito diferente. Fui a segunda filha da minha mãe que amamentou pouco minha irmã. Logo depois do parto os pontos da minha mãe infeccionaram. Na época receitaram antibiótico ou alguma coisa que continha sulfa. Eu sou alérgica à sulfa. Só foi descoberta a alergia depois de eu ficar internada por quase um mês com vômitos frequentes e perda de peso. Ou seja, nasci um bebê normal, mas com alergia à penicilina e sulfa. Ao tomar a medicação e me amamentar, sem querer, minha mãe me envenenava a cada mamada. Por pura sorte um pediatra aconselhou que passasse a me dar leite de vaca. E aqui estou. Não conheço o universo da maternidade, acredito que hoje mães em pós-parto que amamentam não façam uso de medicação. Sei lá. Não é o seu caso, mas é um caso. Minha mãe ficou tão traumatizada que nem tentou amamentar minha irmã caçula. Enfim, minhas irmãs são mães e nenhuma delas conseguiu amamentar os filhos por terem mamilos invertidos (seja lá o que isso signifique). No mais, boa sorte na sua decisão. E saúde pra você e seu filho!

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    1. Olá. Sempre ouvi dizer que não é bom fazer qualquer dieta restritiva durante a amamentação. Mas acho que cada mãe deveria ver com seu médico o que é melhor para ela antes de tomar uma decisão. O próprio aleitamento exclusivo costuma emagrecer… Eu engordei 17 kg na gravidez e, com 40 dias após o parto, já tinha perdido 13 kg. Nesse período não fiz qualquer dieta nem exercício físico (fui liberada pra voltar aos exercícios após os 40 dias), mas mesmo assim perdi muito peso. Acho que a amamentação exclusiva contribuiu, já que estima-se que o corpo queime 1.000 calorias por dia com a produção de leite. O equivalente a 6 km de corrida. Abraços

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  6. Gostaria de dar minha contribuição
    – existem diferentes tipos de formatos de mamilos, talvez alguns tipos sintam mais dor
    – as vezes a dor é por alguma doença (mastite, sapinho/candidiase, etc), as vezes o bebê pode estar pegando errado o bico do seio, pode também estar com a gengiva coçando
    – o leite materno ajuda muito na defesa da criança mesmo depois que ela começa a comer. Toda vez que ficava doente, ela sempre ficava melhor que eu. E em casos de diarréia não faz mal, ao contrário do leite em pó que só piora
    – o bebê não segue um relógio, de acordo com as fases de crescimento ele mama mais ou menos. O ideal é acompanhar a demanda
    – as vezes o bebê não está tanto com fome, pode estar com algum desconforto e vai mamar pra se consolar
    – quanto mais oferecer, menos leite vai empedrar e menor a chance de mastite
    – a produção de leite aumenta mais pela sucção do bebê do que usando bombinha
    – se for muito doloroso existe a opção de tirar o leite com bombinha e oferecer na mamadeira, que é mais saudável que as fórmulas
    – as vezes o bebê puxa o mamilo pela gengiva estar coçando, pelos dentes estarem crescendo. É só usar aqueles produtos a base de camomila que vai dar alívio e o bebê não deve morder mais
    – evite brigar com o bebê quando machucar o seio, senao ele pode ficar com trauma

    Eu gostei de amamentar minha filha e fico feliz por ter aumentado até dois anos e pouco, sendo interrompido por ela mesma

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