Os livros e seus cenários mágicos

Outro dia recebi pelo WhatsApp uma daquelas brincadeiras que circulam de vez em quando, tipo ESTA. A pergunta era:

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Quando fui parar pra pensar, me espantei com os últimos cenários que percorri por meio dos livros:

no atual, estou numa África do Sul colonial, em regiões bastante inóspitas, com elefantes, tribos selvagens e muita aventura. Também acabo de passar por Omã, na Península Arábica.

Antes, estive em Lima e Piura, no Peru. Um calor danado, mas pouco do cenário é descrito para mim: a atenção do autor é mais concentrada nos personagens.

Fui percorrendo minha relação de livros lidos e pela primeira vez me dei conta da importância relativa do cenário em cada um deles. Em alguns, como este que estou lendo agora, o local onde se desenrola a história é essencial, é praticamente um personagem extra no livro. É comum que isso aconteça em livros de aventura, onde os personagens passam grandes perrengues no trajeto que escolheram. Já em outros livros, a gente nem é informado sobre onde se passa a história. O autor nos leva para a cabeça do personagem, ou para o núcleo da família, e nada mais parece interessar muito.

Voltei a pensar nisso, ao ver a série de tirinhas que Liniers tem colocado em seu Macanudo nos últimos dias, mostrando as viagens que Enriqueta faz a cada leitura:

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Esta é uma das grandes delícias da leitura (principalmente de ficção): você ser transportado a cenários desconhecidos, inóspitos, loucos, históricos, inimagináveis. Ou a uma Paris trivial do século 21, mas que até hoje só conheço pela literatura e pelo cinema.

E você: por onde andou em suas últimas leituras? 

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Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1 e TV Globo, UOL, O Tempo etc), blogueira há 20 anos, amante dos livros, poeta, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Antirracista e antifascista.

8 comentários

  1. Olá Kika!
    Se me trasportassem para o cenário do livro que ando a ler, estaria no ano 2019, visitando cenários imaginados por Arthur C.Clarke em meados dos anos 80 sobre como seria a vida nesse ano. Algumas coisas estão muito próximas da realidade atual, outras completamente “a Leste do Paraíso”… na cabeça dele, por esta altura já existiria uma base na Lua. 😉

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    1. Mas alguns aparelhos tecnológicos, tipo o Google Glass, são bem de ficção científica, né? Ele tinha previsto óculos e relógios inteligentes? Acho que até 2019 esses aparelhos já vão ter se popularizado tipo os smartphones, né?

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  2. Acabei de sair de Atenas e estou em Paris..(livros Atenas e Paris – Airton Ortiz, recomendo muito – jornalista gaúcho que viaja o mundo e faz um “diário”)

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  3. Cris, você se esqueceu de dizer o nome do livro que está lendo agora e que a fez viajar à África do Sul: “Horizonte Azul”. Foi um presente de uma empregada doméstica à sua mãe, quando ela resolveu passar o livro muito manuseado para a frente, depois de o ter lido umas cinco vezes. “É o melhor livro que já li”, ela explicou o presente massudo (quantas páginas?).

    Sua mãe leu e gostou. Eu li e gostei. E sabia que você gostaria. Para mim, uma viagem de volta aos 15 anos, quando me deliciava com esses livros de aventura que têm pouco compromisso com a realidade, tipo Tarzan e aqueles protagonizados pelo aventureiro inglês Braço-Forte na África colonial. Era no tempo em que os livros de autores ingleses tinham seus nomes e sobrenomes traduzidos. Armstrong virava Braço-Forte, na Coleção Terra-Mar-e-Ar. Bons tempos…

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  4. Ah, adorei as tirinhas do Liniers! 🙂

    Bem, recentemente estive em Terralba, na Itália, em plena Idade Média durante as cruzadas cristãs, na leitura de “O Visconde partido ao meio”, do Italo Calvino, uma historinha bem divertida; antes disso, andei pelos lados de San Juan, em Porto Rico, na companhia de Hunter S. Thompson em “Rum: diário de um jornalista bêbado”, um livro que me fez lembrar aquele narrador da Sessão da Tarde quando anuncia um filme em que “essa galera vai aprontar mil e uma confusões”. 😀 E agora estou dando uma voltinha em Paris ao lado de Milan Kundera em “A festa da insignificância”.

    Próximas paradas: roteiros com Truman Capote e Jack London.

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