Qual é a sua opinião, cidadão?

urna

Imagine se você pudesse votar, como em um plebiscito ou em um referendo: sou a favor da família chefiada por dois homens ou duas mulheres. Ou não, família é só homem mais mulher.

Ou então: sou a favor da descriminalização das drogas para uso pessoal. Ou: não acho isso boa ideia.

Ou dar sua opinião sobre a educação domiciliar, o conteúdo de reality shows, a criminalização do trabalho do flanelinha, o exame profissional para médicos recém-formados, a lei da palmada, o fim do voto secreto, as cotas raciais em concursos públicos etc.

Acontece que você pode. Tanto a Câmara dos Deputados quanto o Senado possuem em seus sites seções com enquetes, em que colocam questões que dizem respeito a projetos de lei em tramitação — e os cidadãos computadorizados podem ir lá e votar como gostariam que seus representantes votassem.

Pode ser que, depois, os deputados ignorem a vitória da enquete e votem diferente, mas não deixa de ser uma forma de expressar qual é a posição de um grande grupo de cidadãos antenados. Estamos falando de enquetes que colhem quase 400 mil votos, como é o caso da que trata do conceito de núcleo familiar (homem + mulher ou outras possibilidades?). É uma quantidade de gente bastante significativa.

Em último caso, é um jeito lúdico de fazer com que os cidadãos acompanhem os projetos de lei que estão na pauta do Congresso.

No caso do Senado, a enquete ativa no momento trata da redução da maioridade penal. Está vencendo, com 79,9%, o apoio ao projeto de lei que quer fazer com que adolescentes respondam por seus crimes como os adultos. Você concorda com isso? Vote lá. Recentemente fizeram uma enquete para ver se jovens de 16 a 18 anos poderiam dirigir. Eu nem sabia que esse projeto estava sendo discutido — e felizmente venceu o “não”. Acho, pessoalmente, que devia ter um projeto pra obrigar as pessoas a dirigirem só depois dos 25, quando adquirem alguma maturidade.

Enfim, seja ativo você também. Nas enquetes, você pode clicar no link para conhecer melhor os projetos de lei. Pode se inteirar das discussões mais importantes do momento no nosso legislativo. Pode pensar a respeito e formar sua opinião. Pode buscar outros textos, estudos ou análises de pessoas confiáveis que te ajudem a formar essa opinião. Pode, enfim, exercer sua cidadania 😉

Clique aqui para ver as enquetes da Câmara.

E aqui para ver as enquetes do Senado.

Atualização às 12h30: É possível enviar diretamente uma ideia de lei para o Senado, por meio de formulário. CLIQUE AQUI para ver como.

Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1 e TV Globo, UOL, O Tempo etc), blogueira há 20 anos, amante dos livros, poeta, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Antirracista e antifascista.

11 comentários

  1. Este é um ótimo tema, mas só vou dar minha opinião sobre a urna eletrônica, que é a grande base para a democracia e transparência eleitoral.
    A URNA ELETRôNICA depende na sua totalidade da inviolabilidade do software utilizado, pois não existe possibilidade de uma auditoria direta aos resultados.
    Já está comprovado por entidades competentes brasileiras e internacionais que o programa informático utilizado nas URNAS é passível de violação, mas infelizmente não é do interesse das autoridades competentes(porquê?) a alteração do método de votação utilizado. Por ser um método comprovadamente muito pouco fiável, este tipo de Urna é utilizado quase que em exclusividade por alguns governos da América do Sul.

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      1. Uma das “vantagens” do voto compulsório, pelo menos aqui no Nordeste por existirem muitos pobres, é que na altura das eleições acontece uma corrida desenfreada para oferecer Cestas Básicas para as famílias e cachaça para os papudinhos.

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      2. Se o voto não fosse obrigatório, fariam o mesmo… então porque carga d’água é que o voto é obrigatório se a corrupção seria a mesma?

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      3. Talvez pra incentivar o exercício da cidadania que, de outro modo, seria cumprido por uma minoria irrisória e sem representatividade diante de 190 milhões de brasileiros.

        Mas, como eu disse, ainda estou em cima do muro nesse debate.

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      4. O grande problema é nem este tipo de eleitor conhece os seus direitos de cidadania nem o eleito conhece ou cumpre os seus deveres!

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  2. Vocês conhecem pulgão que dá em couve? Ele é colonizado por uma formiguinha preta. Ela leva o pulgão para as partes mais tenras da couve onde ele se alimenta da seiva. A formiguinha então faz-lhe um carinho e ele produz um líquido nutritivo de que ela se nutre. O homem faz a mesma coisa com as vacas. Os politicos, também, com os eleitores fazem apenas a segunda parte do processo da criação de pulgão. Por isso é que não se pode chamar o eleitor de vaca de presépio.

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