Um problema (literário) a combater

No domingo me dei conta de que a pastinha do meu blog que tem menos posts é, quem diria, justamente a de livros.

O fato é que, desde que me mudei para a Terra Cinza, tenho lido bem menos.

Já refleti sobre isso várias vezes, mas agora vou dividir minhas reflexões com vocês, à cata de sugestões.

O fato é que, desde quando comecei a anotar os livros que leio, em 1997 (12 anos), nos últimos anos a quantidade e qualidade de livros que li foi decrescendo muito.

Os livros que li na infância e adolescência me ajudaram a formar minha base cultural. E hoje? O que venho agregando a ela? Um bocado de leitura noticiosa, é fato, mas e a literária? E a filosófica? (Que são as que realmente importam.)

Aos 12, li nada menos que 136 livros. Ou os devorei. Toda a coleção Para Gostar de Ler, que me fez descobrir Fernando Sabino, um dos ilustres no topo do meu blog. E Rubem Braga, e Paulo Mendes Campos, e o Dru-dru. Li os clássicos “Ilha do Tesouro” (Stevenson), “Viagens de Gulliver” (Swift), “As Minas do Rei Salomão” (Haggard), “Conto de Natal” (Dickens), “A Máquina do Tempo” (Wells), “Robinson Crusoé” (Defoe). Descobri também Agatha Christie, Edgar Wallace, Conan Doyle, Marcos Rey, Marçal Aquino, Lúcia Machado de Almeida e Pedro Bandeira.

Aos 13, li 103. Por exemplo, “O Homem que Calculava”, “Cyrano de Bergerac”, “Chamado Selvagem”, vários do Júlio Verne, “Ciranda de Pedra”, Edgar Allan Poe, Tchekhov, Erico Veríssimo, quase todos do Monteiro Lobato.

Aos 14, foram 50. Descobri John Grisham, Jorge Amado, Kafka, Stanislaw Ponte Preta, Graciliano Ramos, Machado de Assis.

E assim foi indo, e posso dizer que meu gosto pelos livros foi progredindo, sempre com a influência dos meus pais, que são leitores vorazes e me proporcionaram uma biblioteca farta de livros (não o espaço físico de uma biblioteca, porque não caberia no apartamento, mas os trocentos livros espalhados em estantes e caixas de leite debaixo da cama, que eram perfeitamente adequados).

Aí cheguei a São Paulo. E chegou a experiência de 1) Passar o dia inteiro em frente ao computador, lendo jornais, notícias, tweets etc. 2) Morar sozinha.

Acho que a junção das duas coisas fez meu hábito de leitura cair espantosamente. O fato de eu ler muito ao longo do dia e, ao chegar em casa, querer fazer algo diferente. E o fato de a leitura ser uma forma de lazer solitária e, ao chegar em casa, eu querer achar armas contra a solidão (ex.: emails mil, MSN, barulho de TV ou rádio ligados), e não hábitos que a reforçassem.

Mas sempre que penso nisso, vejo um problema a ser combatido. Porque sei que o gosto pela leitura nunca me abandonou — pelo contrário, sou daquelas que passa horas numa livraria e que gosta de folhear os livros, ler suas abinhas, passar as páginas, e nunca vai se acostumar a um iPad –, o que pode ser facilmente verificado sempre que vou a Beagá e volto a passar tardes inteirinhas deitada na cama, lendo, como sempre fiz antes de me mudar.

Portanto, caros leitores deste livro blogado: como posso combater meu problema? 😦

Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1 e TV Globo, UOL, O Tempo etc), blogueira há 20 anos, amante dos livros, poeta, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Antirracista e antifascista.

53 comentários

  1. Eu costumo ler no café da manhã. Pelo menos 15 minutos por dia é garantido. E antes de dormir, embora seja mais raro, mas também leio às vezes, aí por umas meia hora.

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  2. Acho que você pode começar, Cris, lendo o livro que estou lendo agora: “Queda de Gigantes”, do escritor inglês Ken Follett, autor de “Os pilares da terra”. As 900 páginas, se conseguir chegar até o fim, vão lhe curar. Um aperitivo é o diálogo da página 264 num restaurante da sede do Parlamento inglês, no dia em que a Áustria declarou guerra à Sérvia, deflagrando o que viria a ser a I Guerra Mundial:
    – Vocês viram aquela horrível Madame Caillaux foi inocentada! disse tia Herm.
    Fitz ficou pasmo.
    – Inocentada? Mas ela deu um tiro naquele homem! Foi a uma loja, comprou uma arma, colocou balas nela, foi atéa redação do Le Figaro, pediu para ver o editor e o alvejou até a morte… como pode não ser culpada?
    – Ela disse: “Essas armas disparam sozinhas.” – respondeu tia Herm. – Francamente!
    Maud soltou uma risada.
    – O júri deve ter gostado dela – disse Fitz. Estava irritado com Maud por ela ter rido. Júris volúveis eram uma ameaça à ordem social. Não se podia tratar assassinato de forma leviana. – Típico dos franceses – falou ele com repulsa.
    – Eu admiro Madame Caillaux – disse Maud.
    Fitz soltou um grunhido de reprovação.
    – Como você pode falar isso sobre uma assassina?
    – Acho que mais gente deveria atirar em editores de jornal – disse ela, gracejando. – Talvez isso melhore a qualidade da imprensa.

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    1. Obrigada pela dica! Eu uso o mesmo caderno preto desde os 12 anos, pra anotar as leituras. Acho que não vou abandoná-lo enquanto ainda tiver páginas em branco, mas esse site parece bem legal pra quem ainda não começou a anotar em lugar nenhum 🙂

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  3. Este post é para mim rsss
    Já li muito e bons livros, perto da minha casa tem uma biblioteca imeensa do Sesc que permitia acesso a não-sócios, mas aí restringiram e a coisa ficou complexa! Salário de foca (por hora desempregada) pra comprar livros neste momento é impensável…
    Então, vou acompanhar as dicas do pessoal para voltar a ler, pois faz bem d+!
    Abraços

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  4. Como pode? Não pode. Quando você tinha 12 anos, possivelmente não tinha um computador conectado à Internet. Eu faço muito o que a Juliana escreveu. Meu tempo de leitura (e aí estão incluídos livros e revistas) é basicamente no trem/metrô e nas filas. Quando dá tempo em casa, tento, também, mas basicamente é correr atrás do prejuízo, da leitura acumulada, dos vários livros e revistas empilhados que eu ainda quero/preciso ler.

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  5. Querida Cristina, antes de mais nada, obrigado pela consulta. Invaidecido. Agora ao pitaco. Também sou leitor voraz – um a dois livros por semana – e passo o dia todo lendo e redigindo petições e pareceres jurídicos, além das notícias gerais, na Folha, nos blogs e na tv. Mesmo não morando só, tenho muita necessidade de comunicar-me com os amigos, através dos sitios de relacionamento social, dentre os quais o viciante tweeter, ao qual aderi recentemente.
    O que percebi, principalmente em relação ao tweeter, é que estas leituras noticiosas e interativas excitam a mente, a ponto de tirar o sono. Por isso, ao fim da noite, reservo sempre uma ou duas horas, antes de dormir, para a leitura literária, na cama. Além disso, sempre leio, simultâneamente, mais de um livro – dois, três, cinco – entre romance, ensaio, biografia etc, de modo que sempre haja um mais adequado à minha predisposição de espírito. Desse modo, sempre estou motivado para a leitura literária. Uma outra prática é ter entre estes livros, sempre, uma releitura de clássicos, tais como Dom quixote, Os Miseráveis, Grandes Sertões Veredas, Divina Comédia, Crime e Castigo etc, variando, dentre estes, a procedência nacional do autor. É isso, prezada Cristina. Espero que tenha deixado escapar alguma dica útil.
    Abraços.

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  6. Cris, acho que o importante na leitura é mais a qualidade que a quantidade. E por qualidade não quero dizer apenas a do que se lê, mas a do como se lê e a do que se faz com a leitura – se fica só para a gente, se a gente passa algum tempo refletindo sobre ela, se a gente troca ideias com interlocutores enriquecendo a si e aos outros. Sugestão? Acho que você já lê bastante para qualquer padrão e não precisa se preocupar tanto com quantidade (nunca passei dos 20 livros – inteiros – por ano e me considero um leitor contumaz). Se quiser incrementar sua leitura, minha sugestão é justamente aproveitar que, depois do batente, você sente necessidade de *não* ler e aí talvez incrementar as outras dimensões das leituras que fez durante o dia – usando-as para interagir com o pessoal da Internet, ou refletir, ou sei lá. Inventa. Conta aí no blog o que andou lendo ou refletindo.

    Ademais, a leitura não precisa ser um hábito solitário. Você pode refletir com outras pessoas que leram ou não o mesmo que você. Ou então você pode montar umas rodas de leitura. Tipo assim, pessoas lendo livros diferentes ao mesmo tempo e de repente alguém faz um comentário que acha interessante, outros interrompem as suas, ouvem, comentam, depois metem a cara de novo. De vez em quando faço isso com uns amigos em cafés de livrarias de shoppings (em Campinas, é possível folhear os livros nos cafés internos antes de comprá-los). São poucas as pessoas com esse perfil – mas que as há, há.

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    1. Aaaaah, bem que seria legal participar de um clube de leitura! Sempre ouvi falar deles e sempre fiquei com medo de serem muito chatos, com pessoas metidas a besta arrotando conhecimento. Mas também deve ter grupo de leitura com gente legal, né? Vou apurar! hehe
      bjos

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      1. Bom… Na verdade, meu “grupo” é só eu e mais uma pessoa; estamos atrás de um terceiro faz um tempão… 🙂 Ficamos no café da Cultura de Campinas folheando os livros de lá por horas a fio, às vezes lendo, às vezes conversando.

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  7. Descobri que o excesso de cafeína prejudicava fortemente minha leitura, passei quase um ano desempregada e li menos de 5 livros durante esse tempo, quando em anos que trabalho em tempo integral li mais de 100. O meu diagnostico nao foi difícil depois de um tempo, além deu ter criado o péssimo ritual de ler no onibus a caminho da universidade/trabalho, o excesso de café me deixava agitada demais pra me concentrar em uma leitura. A meses dei um jeito nisso: paro de tomar café depois do almoço e vou substituindo por chá calmante (camomila, cidreira, capim santo), to levando numa garrafinha pro trabalho… chego em casa, desligo TUDO, TUDO MESMO, e vou ler, pelo menos 1h, com luz baixa e num lugar fresco. Minha frequência de leitura tá voltando quase ao normal. Dependendo do livro, um ou dois por semana. =)
    Ainda acho sao paulo um lugar mais inspirador pra ler. Nao é tao quente e tem lugares mais frescos pra ler ao ar livre (coisas que eu so faço quando estou em sampa ou no rio).

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  8. O Idelber Avelar no Biscoito Fino e a Massa faz de tempos em tempos uma sessão de clube de leituras online.

    Outro lugar em que se pode ler – com bastante calma – é… o banheiro. (Tem gente que fica com receio de germes – mas, a menos que não faça a faxina adequada periódica – ônibus e outros locais públicos tem mais, e mais perigosos.)

    Quando criança, a gente tem, claro, muito mais tempo livre – inclusve para ler.

    Discordo que só literatura e filosofia é que importam. São importantes, mas não mais (nem menos) do que outros tipos: como a técnica-profissional. Ok, o conceito de importante varia de pessoa para pessoa.

    []s,

    Roberto Takata

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  9. Cris, não entendi por que o fato de você estar morando sozinha te afasta da leitura. Eu, pelo contrário, comecei a ler menos depois que me casei (não que eu queira trocar minha mulher por um livro, pelo amor de Deus. O tempo compartilhado com ela não tem preço). O que precisei fazer foi escolher melhor o que ler. E trocar um pouco da leitura de notícias pela de livros. Faça isso sem culpa, porque a sua formação é mais importante do que a sua profissão. Beijos.

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  10. Nós, como jornalistas, precisamos ter esse hábito de ler jornais e revistas e sites e tudo o mais.
    Lembro de uma crônica do Rubem Braga, se não me engano chamada “O jornal”, que fala que um jornal tem de tudo, notícias do mundo inteiro, mas que a coisa mais simples lhe falta: a vida.
    Não sei se concordo inteiramente com ele, mas ler só jornal não dá. Não consigo! Tem que hora que cansa, né? Dou uma olhada básica nos cadernos e leio aquilo que me interessa. Por exemplo, se um assunto está muito na mídia, eu nem leio, porque sei que ele vai esbarrar em mim em algum momento: na TV, no rádio, nas revistas de final de semana.

    Sobre a quantidade, acho que isso não importa muito. O principal é ler coisas que te digam alguma coisa, que te provoquem alguma sensação. Um poema do Ferreira Gullar pode te dizer mais que 50 livros da Zíbia Gasparetto, já pensou nisso?

    Beijos,
    Leandro Machado

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    1. Com certeza, quantidade é o de menos. O que mais me preocupa é a qualidade. Os jornais têm, sim, muito da vida, porque retratam — ou assim tentam — o cotidiano das cidades e do país. Mas falta ao jornal qualidade na forma como os textos são escritos, falta um texto mais gostoso de ler, falta sensibilidade, falta um monte de coisas. Por isso, posso dizer que, em 90% do tempo, leio jornal mais pela obrigação que pelo prazer da leitura. O que torna a obrigação boa é apenas a novidade da notícia, que, como vc disse, muitas vezes já me encontrou antes na internet.
      beijos, obrigada!

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  11. Pois é, Cris, acho que este é um problema de tanta gente que ama ler e trabalha, mora só – o que significa que, além de querer conversar com alguém, como vc escreveu, tem que organizar a casa, lavar e passar roupa etc etc -. Eu tenho um sério problema por simplesmente não conseguir ler só um livro cada vez. Aliás, odeio fazer só uma coisa de cada vez e às vezes isso me prejudica. Fórmula não existe, acho. A não ser reservar uma hora antes de dormir para ler. E nos fins de semana tb. Ou seja, acho que há de ter disciplina [até para ler… socorro] e pedir p/ Deus um dia com 28 horas.

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  12. Ah, Paulo Mendes Campos, Stanislaw, Tchekov…também fizeram parte de minha formação literária e sempre os releio, ao lado de Poe, Kafka, nosso Machadão e o Marcos Rey, que tem um livrinho de crônicas que foram publicadas na imprensa durante a década de 90. Será minha próxima aquisição, assim que encerrar minhas leituras que retomei da fase russa. (Gogol, Tolstoi, Dostô)

    Olha, Cris, uma parte do tempo que eu utilizava para atualizar minhas leituras é hoje consumida pela internet. Ou, ao menos, já diminuiu bastante esse tempo dedicado às redes sociais e MSN, que se não tomarmos cuidado consomem um tempão mesmo! O tempo que poderíamos utilizar para ler e escrever, por exemplo.

    Quero deixar uma recomendação literária muito, muito boa MESMO pra você: “Histórias Apócrifas”, de Karel Capek. É escritor tcheco, atuando também na imprensa entre os anos 20 e 30 do século passado ( isso me deixa tão velho rs) e só para aguçar sua curiosidade, o nosso Capek foi quem inventou e utilizou o termo ROBOT pela primeira vez. E apesar disso é quase desconhecido.

    E na filosofia, andei lendo e me deliciando com o que escreve Andre Comte-Spomville. É ótimo, recomendo!

    Bom, aí estão algumas sugestões. 🙂 Beijo =*

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  13. Passe a escutar audiobooks. Voce vai poder aproveitar o tempo que normalmente seria perdido em filas, deslocamento para o trabalho , preparando a comida e etc … Eu consigo ganhar pelo menos uma hora por dia escutando audiobooks.

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  14. Cristina, a primeira coisa para ler bastante (pra mim, que já passei por fases como a sua) é ter o que ler. Eu fico com uma pilha de 5 ou 6 livros em cima da minha mesinha de cabeceira, sempre. Vá à livraria, compre os livros que você quer ler e ponha em algum lugar conspícuo — e não deixe ninguém tirar de lá. Se o único jeito de “arrumar” aquilo é ler os livros, você vai acabar fazendo-o, assim como faz a cama! Quando só tiver um ou dois livros na pilha, exágue, e repita. Se comprar um Kindle, corra e compre também uma meia dúzia de ebooks. Minha experiência com o Kindle é que é mais fácil tentar “deixar pra depois” ou se distrair e passar pro browser, mas se os livros forem bons, eles acabam te prendendo mesmo…
    HTH!

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      1. Então põe na mesa do computador! Eles tem que atrapalhar pra você querer se livrar deles ali…

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  15. Oi Cris

    quando eu leio

    “Acho que a junção das duas coisas fez meu hábito de leitura cair espantosamente. O fato de eu ler muito ao longo do dia e, ao chegar em casa, querer fazer algo diferente. E o fato de a leitura ser uma forma de lazer solitária e, ao chegar em casa, eu querer achar armas contra a solidão (ex.: emails mil, MSN, barulho de TV ou rádio ligados), e não hábitos que a reforçassem”

    me parece evidente que o problema não é que vc lê pouco, mas que a leitura não resolve o problema da solidão. É como se a sua pirâmide de Maslow interna estivesse desequilibrada 🙂

    lembrei de quando encontrei o Alfredo aqui em BH e ele me perguntou milhões de coisas sobre teoria musical prá tocar gaita blues que eu não sabia responder, mas tive que dizer pra ele o que me parecia óbvio: ele tinha que fazer as pazes com a gaita dele e curtir um pouco TOCAR ao invés de ficar só estudando teoria musical prá não se divertir realmente…

    eu acho que o que vai resolver seu problema de leitura não é se organizar para poder ler, pq gostar de ler vc já gosta. O que vai resolver seu problema de leitura é resolver o resto 🙂

    falando em resolver o resto, vou estar em SP sábado pro festival de gaita. Vamos combinar de vc conhecer o Benê!

    abração

    Kenji

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    1. iiih, Kenji, vc tá atrasado, hein! Já conheci faz tempo, duas vezes hehehe! 😀
      Numa dela a Clara o levou para o bar do Galo e na outra eu fui a um show super legal que ele fez no Sesi. Estou até devendo fazer um videozinho com as filmagens que fiz do show!
      Mas vamos nos encontrar no festival com certeza!
      bjos

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    2. Kenji, quando eu fui morar sozinho, depois de criado numa casa cheia de italianos estereotípicos, o silêncio me oprimia demais. Agora, que eu tenho uma casa cheia de crianças de todas as idades de novo, o barulho — e a necessidade de estruturar cuidadosamente os horários — é o que me atrapalha.
      Então, eu sempre acho que essas dicas ajudam: se você quer fazer alguma coisa, e não “encontra tempo”, ponha-a no seu caminho para se obrigar a fazê-la.

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      1. qual o sentido em se forçar a fazer algo que vc gosta? 🙂

        eu não acho que o problema da Cris seja um problema de auto-organização. É uma questão de prioridades. É o Maslow interno.

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  16. Esse seu post me deixou preocupado.Ainda estou no segundo ano da faculdade e meu nível de leitura caiu drasticamente, principalmente no que se refere à quantidade. Sempre li muito desde pequeno, embora a qualidade dos livros nem sempre fosse a melhor. Dos dez aos doze anos li toda a Coleção Vaga-Lume. Depois a saga de Harry Potter, de uma só vez. Em seguida, o Senhor dos Anéis e O Hobbit. Um pouco mais tarde, li todos os livros do antigo Clube do Livro que estavam na estante da minha vó. Foi quando descobri Agatha Christie, Stephen King, Robin Cook, Sidney Sheldon, Irving Wallace, Danielle Stell entre outros. Isso sempre conciliando com minha paixão ao jornalismo (Sim! Eu comprei os dois últimos livros sobre o Jornal Nacional e li quando estava longe de começar o curso!) No último ano do Ensino Médio deixei as leituras praticamente de lado, os poucos livros que li foram para o vestibular: Os Ratos -Dyonélio Machado, Solombra – Cecília Meireles, Os Dous ou Inglês Maquinista – Martins Pena, Sagarana – Guimarães Rosa, Paraísos Artificiais – Paulo Henriques Brito, Mensagem – Fernando Pessoa e Recordações do Escrivão Isaías Caminha – Lima Barreto. Enfim cheguei à faculdade. A partir de então só me dedico à leituras acadêmicas e da área do Jornalismo. Para ser sincero eu poderia ler mais se quisesse, mas a internet não deixa. E o que é pior: não consigo ler nada na web. Eu até abro alguns sites e tento ler alguma coisa, mas aí lembro das coisas que tenho que fazer e vou abrindo abas e mais abas. Acaba que não leio nada e o que leio acabo esquecendo 😦

    Enfim, para mim leitura tem que ser feita no papel. E quanto ao que fazer para voltar ao ritmo de antes, acredito que aproveitar melhor o tempo no vago entre um ônibus e outro (ou entre uma aula e outra no meu caso), e só entrar na internet quando realmente necessário já ajudam bastante (fazer uma lista antes dos sites tem resolvido meu problema). Já o fato de estar sozinha considero uma vantagem. Reserve uns livros menos dramáticos e uns dias para sair com os amigos!

    🙂

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    1. Oi, Washington! Por alguma razão completamente inexplicável, o WordPress tinha jogado seu comentário pra caixa de spam e só percebi hoje! Desculpe pela demora na liberação, portanto, ok?
      Durante a faculdade eu ainda li muito, embora bem menos que quando era criança. Nem tanto em quantidade (11, 16, 15, 21 e 20 livros por ano, respectivamente), mas em qualidade, porque nessa época li livros que me marcaram muitíssimo, como “Crime e Castigo”, “10 dias que abalaram o mundo”, “História da Riqueza do Homem”, “Cem anos de solidão”, “O Mundo assombrado pelos demônios”, “1984”, “Notas do Subterrâneo”, “A Mulher do Próximo”, “Berlin Alexanderplatz”, “O Amor nos Tempos do Cólera”, “Nada de novo no front”, “O Encontro Marcado”, “Ratos e Homens”, “Travessuras da Menina Má”, “Madame Bovary”, “On the Road” e “Servidão Humana”…
      Foi a partir de 2008 que minha leitura caiu mais drasticamente, embora eu ainda tenha lido outros punhados marcantes: “O inverno da nossa desesperança”, “A insustentável leveza do ser” e aqueles que indiquei no post Romances.
      Enfim, o importante é não desistirmos! Hoje vou começar “Os Meninos da Rua Paulo”, aproveitando que tou de cama.
      bjos

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