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Bidê! 🙂

Sempre achei o francês lindo meio antipático e metido, mas lindo. Sempre quis aprender. (Os belos filmes franceses que vi ajudaram muito nesse desejo.)

Quando eu tinha uns 15 anos e estudava inglês com uma professora belga, de lindo sotaque, um dia ouvi dela que eu tinha jeito pra coisa, porque meu sotaque falando coisas como “Amélie Poulain” era perfeito.

Fiquei toda empolgada, mas continuei sem ir adiante.

Quando cheguei a São Paulo, vi um anúncio de aulas particulares com professor do meu bairro, que ia em casa, qualquer hora do dia ou da noite. Mais uma tentação me perseguindo, mas achei melhor apertar o cinto naquele momento.

Um dia, criei uma tradição sem querer.

Eu estava com uns amigos no finado Soulive (ótimo bar de blues que existia em Moema) e era noite de mojito duplo, então lá pelas tantas já estávamos todos meio de pileque. Aí comecei a “falar” francês:

– Sabiam que eu sei falar francês, gente?

– Ah é? Fala aí.

– Amélie Poulain! Gérard Depardieu! Jacques Chirac! Dominique Villepin!

(Risos.)

– E falo mais! Abajourrr! Garrrage! Trrrravesti! Soutien! Rrrrouge! (e assim fui indo, incansavelmente, com palavras derivadas do francês).

(Risos.)

– Também conto de zero a dez! Zerrrrô, ân, dê, trrrruá, cátrrre, sanc, sisss, sept, uíít, nãf, dísss.

Não sei se foi porque estavam bêbados, mas todos morreram de rir da piada. O que, obviamente, só me estimulou a continuar até o fim dos tempos, porque sou uma palhaça nata.

E assim criei a tradição de “falar” francês quando tomo uns a mais (mas só com essa turma, que entende o contexto e ri, porque eu adoro ser engraçada, mas odeio ver sorrisinhos amarelos diante de piadas tão elaboradas como esta ;)).

Bem, dito tudo isso, tenho o prazer de anunciar que em breve meu vocabulário de francês vai aumentar!

No domingo eu estava fazendo nada no aeroporto, esperando o embarque enrolado, quando me deparei com um daqueles livretos “15 minutos – francês“, que vêm com CD, e pensei: será que rola? Afinal, reza a lenda que eu tenho um sotaque razoável, reza outra lenda que eu tenho facilidade de aprender línguas e uma terceira lenda diz que eu sei aprender bem as coisas sozinha. O que me faltava era grana e tempo, mas o livreto custou R$ 23 e 15 minutos por dia não vão me matar.

Assim, hoje desembrulhei o autopresente e já li a primeira lição:

Je m’appelle Crrrristina!

A demain!

A bientôt!

Au revoir!

(Fala sério, vou ficar insuportável se um dia eu aprender isso mesmo :D)

Por Cristina Moreno de Castro (kikacastro)

Mineira de Beagá, jornalista (passagem por Folha de S.Paulo, g1 e TV Globo, UOL, O Tempo etc), blogueira há 20 anos, amante dos livros, poeta, cinéfila, blueseira, atleticana, politizada, otimista, aprendendo desde 2015 a ser a melhor mãe do mundo para o Luiz. Antirracista e antifascista.

16 comentários

  1. eu digo de cadeira que ver a cris depois de “tomar umas a mais” é absolutamente imperdível 😉

    tres bien! 😉

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  2. Hahahahaha!!!! Eu não tenho dúvida que as 3 lendas são verdadeiras. E mais, aquele foi um dos dias que mais ri na vida.

    Bjão e boa sorte com o autopresente. Quando evoluir mais a gente marca a bebedeira para você gastar as palavras novas!

    =)

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  3. Hahahahaha eu também sempre tive essa vontade e arranho um pouquinho um francês fraquinho…
    Tem um site que você pode estudar sozinha e outras pessoas do país te ajudam, eu me inscrevi pra estudar francês mas ainda não tive o tempo de fazer a primeira aula!
    Dá uma conferida Cris/Kika!
    http://www.livemocha.com/ É uma comunidade de idiomas…
    Bjs!

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  4. Assim como o Analista de Bagé só falava inglês “pra comprá boi”, eu praticamente só falo francês pra comprá vinho quando passo pelo CdG. “Ã vã, burgon, rujj, sivuplé”.

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  5. esqueci de comentar aqui.
    Logo vai chegar aí um negocim pra te ajudar a viajar no francês. Aquela noite foi especial, por isso a foto na parede que tenho de vc foi tirada na noite do mojito.
    Bj

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